quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Algo sobre discos de vinil ...


Escrevo para falar um pouco sobre meus deliciosos encontros musicais proporcionados por discos adquiridos em brechós e sebos, escolhi este da Françoise Hardy que traz as músicas: Oh Oh Cheri (adoro!)- Il Est Parti Un Jour - J'Suis D´Accord - Tous Les Garçons Et Les Filles - para ilustrar esta postagem, pois além de ter uma voz incrivelmente doce a mulher é bonita até do avesso, além das fotografias incríveis que surgem quando pesquisamos imagens da moça (atualmente uma senhora dignamente bela com charmosos cabelos brancos) detalhe: comprei este disco por 1 real.


 

Minha paixão por discos começa quando ainda criança encontro em um armário esquecido de casa algumas pérolas da juventude de meus pais e passo a ouvir freneticamente tudo aquilo que enche meu coraçãozinho de alegria e acreditem que neste momento pessoas como: Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa etc...eram seres praticamente imagináveis esquecidos naquelas gavetas que ninguém sabia quem eram...afinal de contas eu não os via na tv e meus colegas de classe não cantarolavam suas músicas pelos cantos da escola, eles eram minha descoberta (só minha), eis que cresci e descobri quem eram (eles não se tornaram menos especiais por conta disso, mesmo com todos os chiliques do Caetano).


E a melhor parte veio depois: descobri um sebo no bairro (saudoso Casa da Sogra) que trocava discos e tinha umas pechinchas, foi o suficiente para que eu perdesse muitas de minhas tardes pueris procurando discos e como os donos de lá me conheciam um casal de irmãos muito divertidos por sinal, permitiam que eu ficasse sozinha por horas enchendo os dedos de poeira, perdida entre as estantes dos discos.
Sim, isso foi um lampejo nostálgico, mas esta memória é de fato uma delícia ... pena que meu toca discos esteja quebrado no momento (mas isso já rende outra história).

                                       

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Amantes Visita: Brechó Vó Judith



Em Janeiro tive a oportunidade de visitar o Brechó Vó Judith no centro de São Paulo que fica na Rua do Carmo, 122 - Sala 02, pois também há um brechó da mesma rede na Vila Madalena que visitarei em breve.
Este brechó fica escondidinho em um prédio antigo do centro com acesso por uma discreta escada lateral. 


Fui recebida pela Simone, este brechó é bastante variado, mesclando vintage e contemporâneo, tem muitas peças, dividindo-se em três salas, traz acessórios e sapatos também, a maior diferença que encontrei foi no valor, que é fixado em 18 reais, deste modo, qualquer peça de roupa tem o mesmo valor.


 Adorei essa embalagem de meia calça: achado vintage.


Mais informações no blog: Vó Judith!

domingo, 30 de janeiro de 2011

Amantes Visita: Cabaré das Artes.


Dia de verão corriqueiramente agradável, fui a convite de uma amiga que estava a procura de roupas diferentes das quais usa habitualmente e acompanha o trabalho que venho realizando em relação aos brechós para "descobrir" alguns brechós por aí, sugeri alguns da enorme lista que tenho com nomes e endereços dos quais desejo visitar, e fomos após uma visita ao Brechó Vó Judith no centro (estou preparando a postagem sobre essa visita aguardem!) rumo a Vila Madalena.
E andando a procura de um dos endereços que havia anotado, fomos "encontradas" pelo Cabaré das Artes, um espaço cultural que fica na Rua Aspicuelta n º 480.
Fiquei fascinada pelo local e clima intimista da casa que fica claro ao ler avisos como: "sorria,! você não está sendo filmado", além dos preços acessíveis e peças muito bem escolhidas, muitas bolsas, acessórios, sapatos e objetos de época.
Fui atenciosamente atendida pela Célia que me explicou que o espaço, que no andar abaixo no nível da calçada abriga um sebo de livros e discos além do brechó é também um espaço que pode ser alugado para festas e comemorações diversas.
Passamos um bom tempo neste lugar, prometendo voltar outras vezes, tanto que acabamos por nem ir ao brechó que eu estava procurando de fato, foi muito bom este encontro que o acaso nos reservou, agradeço a  minha amiga/irmã Janaína pela tarde muito agradável.
Abaixo algumas fotos do local, mais imagens no flickr:






sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Por que usar artigos de brechó?

Muitas pessoas me perguntam sobre o consumo de produtos de brechó, algumas com olhar de desconfiança, me perguntam muito sobre a questão energética que envolve adquirir roupas que pertenceram a outras pessoas, e algumas sempre acham que as roupas pertenceram inevitavelmente a pessoas que já desencarnaram .

 
Pois bem, um ótimo argumento que me surgiu ao assistir um documentário que aborda a questão do semi escravismo presente no modo de produção na China, chamado China Blue de 2007 em que principalmente adolescentes que usam identidades falsas de 17 anos mas que possuem na verdade 14 anos de idade trabalham em um esquema que envolve muitas vezes 17 horas de trabalho por dia, dormindo 4 horas por dia, se alimentando mal, vivendo em quartos imundos com mais 12 jovens, a maioria são mulheres, por serem segundo os contratantes "mais dóceis e pacíficas" que os homens.
Os grandes empresários chineses cobram por tudo que oferecem, não existem benefícios, cobram pela comida, pelos baldes de água, dão multas altas por motivos menores, como um simples atraso ou um inevitável cochilo durante o trabalho, ou uma breve troca de palavras com o colega ao lado, os trabalhadores se é que assim podemos chama-los, são proibidos de falar durante o trabalho e passam por atividades maçantes e repetitivas,  o que as torna necessariamente alienantes.
A personagem deste documentário passa os dias a tirar linhas das calças jeans, outra prega botões, outro passa as peças e assim por diante.
Não há folga, são 7 dias de trabalho e muitas vezes o salário miserável que é oferecido atrasa em até 3 meses, sem que possam fazer nada, greves são proibidas e muitos dos impresários são ex chefes de polícia ou políticos influentes e poderosos.
Quando nas raras vezes existe uma inspeção ou visita de compradores nas fábricas, o chefe passa um memorando avisando o que devem dizer a esses visitantes e tudo parece muito agradável e dentro das leis, as fábricas contam com 150, 200 funcionários e os índices de suicídio são elevados em uma notícia tirada da internet de julho de 2010 é possível ler claramente "As condições de trabalho são tão tenebrosas que anualmente se registram muitas centenas de suicídios. A empresa rodeou de altas grades os terraços e telhados para evitar que algum trabalhador se lance daí e todos têm de assinar uma declaração de que não se vão suicidar, a mais curiosa das declarações contratuais que se conhece no Mundo desde sempre."  link da reportagem inteira Aqui.
Além de toda esta repressão os funcionáios não recebem geralmente o primeiro salário como garantia de que não fugirão, mas de fato, quando este sair nunca receberá este pagamento, e são proibidos de pedir demissão também.

E se para quem lê agora parece que se apenas não comprar produtos com a etiqueta Made in China não estará contribuindo com estes abusos, está errado, neste documentário um dos contratantes é justamente a marca Lewis, que paga apenas cerca de 4 dólares  por calça jeans fabricada e cada funcionário recebe 2 centavos por hora trabalhada.
Deste modo que comprar produtos em brechó se torna de fato uma saída para o não fortalecimento desta lógica de abuso e sofrimento, se energeticamente alguém se sente mal porque possivelmente use roupas de alguém que já morreu, saiba que ao usar sua calça Lewis novinha em folha ela vem carregada energeticamente deste sofrimento todo.
E se a marca é tão importante assim, saiba que ainda existem muitos produtos em ótimo estado em circulação por aí nos brechós, já dei exemplos de produtos de grife adqueridos por preços baixos, como a carteira Louis Vuitton que mostrei no especial carteiras deste blog,  é uma questão de encontra-los e saber realizar combinações, existem centenas de blogs que dão ótimas dicas de moda sem que precisemos consumir loucamente, é uma questão de adaptar a moda atual com peças vintage, investir em acessórios contemporâneos é uma boa saída, como tenho mostrado.
E saiba também que a maioria das doações dos brechós são advindas de classes sociais com maior poder de consumo que descartam suas roupas e demais produtos de acordo com a estação do ano ou  de acordo com os ditames da moda atual, que sabemos: sempre volta! vide o atual revival dos anos 80/90, gente até o babuche voltou !!!

Usar peças de brechó além de estimular a criatividade, proporcionar encontros agradáveis, fortalecer o comércio do bairro, ajudar a entidades beneficentes, pois a grande maioria dos bazares são beneficentes, ainda é uma colaboração para por de volta em circulação peças e objetos que seriam descartados muitas vezes indevidamente.

Trecho do China Blue:

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Amantes Visita: Central de Produção Chico Giacchieri


Não se trata de um brechó, mas bem que poderia ser...

Mês passado tive a oportunidade de visitar a Central de Produção Chico Giacchieri do Teatro Municipal  de São Paulo, um enorme galpão na zona norte de São Paulo próximo ao metrô Tietê que guarda entre outras coisas, todos os figurinos das peças e óperas apresentadas no Teatro Municipal de São Paulo.
A tarde seguiu deliciosamente neste mergulho aos figurinos de décadas variadas, no local não é permitido fotografar, (o que justifica a foto tosca que ilustra esta postagem, resultado de uma busca de imagens ) mas a visita vale muito a pena por conta da quantidade absurda de peças variadas e incríveis, ótimo para quem se encantou com alguma peça e deseja ver de perto os figurinos, uma visita que abre os poros para a criação, traz inspiração, tecidos, texturas, estampas, personagens...realmente um universo único, uma visita que me fez desligar-se momentaneamente da vida cotidiana e adentrar a magia da composição indumentária de um personagem que permeiava aqueles corredores abarrotados de figurinos, alguns usados na década 60 que nunca mais serão vestidos novamente.
De fato uma visita altamente recomendável: Rua Paschoal Ranieri, 75 é necessário agendar a visita por telefone: 33260186 falar com as agradáveis Marcela e Eliza.




domingo, 28 de novembro de 2010

Amantes Visita: Brechó Luxury

Nesta semana fiz uma visita ao Luxury que fica na Rua Afonso Pena, 45 - Bom Retiro (perto do metrô Tiradentes)
Quem me recebeu muito atenciosamente foi a Adriana,  a dona do brechó, passei por lá para fazer umas troquinhas, o sistema de trocas de lá é bem legal, é só levar 30 peças variadas entre roupas, acessórios e sapatos daí ela escolhe as que mais interessam e troca por dinheiro ou em peças do brechó, é uma boa opção para quem está precisando liberar um pouco de espaço e se desfazer de coisas que não usa, é necessário ligar para agendar as trocas (011)3229-7736, já fiz isso duas vezes e aprovo o sistema.
O forte deste brechó são as grifes e as peças contemporâneas, o espaço é bastante organizado e as roupas limpas e em perfeito estado, existem muitos sapatos também.
A visita vale a pena por conta da organização as roupas são separadas por tipo e cor e a seleção das peças é boa também todas são identificadas por etiquetas exclusivas do brechó, bom para quem tem um estilo contemporâneo mas deseja exclusividade.
Uma das coisas que mais gostei foram os acessórios de flores feitos por uma artista que frequenta o brechó, um mais lindo que o outro.
O blog é esse aquí: LUXURY

  fotografias:

 Maleta com acessórios
 Arara de roupas separadas por cores.
 Fachada e vitrine do brechó.
 Lindos acessórios de flores.
 Detalhe da decoração.
 Bolsas.

Muitos sapatos.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Amantes Visita: Brechó Tunel do Tempo


Sexta feira, 19 de Novembro, após expediente, aproximadamente às 18h, lá vou eu em mais uma missão: conhecer o Brechó Túnel do Tempo que fica na Rua Major Maragliano 387 na Vila Mariana.
Ao chegar, de cara uma surpresa: o local não é um brechó que tem um bar chamado Cacharrel conforme havia visto no site,  mas o contrário: um bar que tem  um microbrechó, e que estava bastante cheio por sinal, na região existe uma faculdade e o bar fica lotado do povo da faculdade, o que ao meu ver, tira um pouco do glamour do local, na verdade o horário não ajudou muito, cheguei bem nos momentos que antecedem as aulas, talvez em outros horários seja diferente, mas estou aqui pra contar o que vejo, falar a real dos locais visitados e principalmente: dar dicas.
O lugar em si vale a visita por conta da decoração faz jus ao nome, de fato te transporta para um túnel do tempo, o bar é charmoso e a música é boa,  (muito boa mesmo, palmas pro atendente do bar que as escolhe, quem tem groove tem tudo!) no entanto, eles não atualizam o cardápio, pedi uma porção de queijo no palito e ovo de codorna pra entrar logo no clima kitsch-samba-roque- do lugar mas a porção não estava lá essas coisas e no cardápio estava por 2 reais (motivo de espanto para mim e meu acompanhante) na verdade custava 9, e só fiquei sabendo disso na hora de passar o cartão : ( 
No fundo escurinho do brechó tem um salão com sofás e uma mesa de sinuca, no andar de cima ficam os banheiros e uma espécie de sala expositiva, que nesta data abrigava uma exposição de fanzines.
Mas o grande lance é: no lugar havia apenas uma arara de roupas com umas 20 peças ... achei estranho, na verdade acho que a galera vai mais lá  para tomar cerveja mesmo, comemorar aniversário, jogar sinuca e como este blog não é um guia de bares e sim de brechós...ponto negativo pra eles, vai ver o bar bombou tanto que desencanaram  de investir no brechó.
Vale pra quem quer dar uma voltinha, ouvir boa música, mas não pra quem quer comprar roupas e acessórios, outro detalhe que chamou a atenção: definitivamente a foto no mínimo enigmática do Francisco Cuoco que fica presa em um espelho a te olhar fixamente o tempo todo, passa lá e me conta o que achou, abaixo, mais uma em homenagem a esta fase do ator:


O site não informa muito, mas é este aquí olha só:
Site Brechó Túnel do Tempo